China compra 30 mil quilómetros quadrados de terras aráveis na Ucrânia



O Estado chinês adquiriu 30 mil quilómetros de terras aráveis na Ucrânia, o equivalente a 5% do País e 9% das suas terras aráveis – e a um país como Bélgica ou Arménia. De acordo com a imprensa internacional, incluindo o The Telegraph, o negócio foi feito por um período de 50 anos e tem como pano de fundo os graves problemas nas fontes aquíferas chinesas.

Na verdade, e apesar de ser responsável por 20% do consumo mundial de recursos alimentares, a China apenas consegue produzir, internamente, cerca de metade deste consumo.

O negócio foi intermediado com a sociedade estatal ucraniana KSG Agro e está a espantar, pela sua complexidade, todo o mundo. Estes três milhões de hectares estão situados na região leste de Dnipropetrovsk e serão utilizados, sobretudo, para cultivo de terras e criação de porcos.

Todos os conglomerados chineses terão preferência na compra destes produtos, num negócio avaliado em €2 mil milhões (R$ 6 mil milhões). Este dinheiro será reinvestido para o desenvolvimento da indústra agrícola e melhoramento da rede rodoviária.

Em 2009, o Governo de Madagáscar teve de voltar atrás num acordo semelhante – 1,2 milhões de hectares – com a Coreia do Sul devido os protestos internos. As Filipinas fizeram o mesmo, com a China, pouco tempo depois.

Segundo o blog O Retorno da Ásia, os recursos aquíferos na chinesa representam, per capita, cerca de um quarto da média mundial. Oito das 28 províncias chinesas são tão desérticas como a Jordânia ou a Síria, segundo a China Water Risk, com sede em Hong Kong. O sector agrícola é responsável por cerca de 60% da água consumida na China.

“Para piorar a situação, mesmo naqueles sítios em que existe água, esta encontra-se tão poluída que não pode ser utilizada. Cerca de 40% da água dos maiores rios da China é tóxica ao ponto de não poder entrar em contacto com os seres humanos”, explica o blog.

Foto: Sob licença Creative Commons





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