Cientistas mais perto de saber o que está a matar as estrelas-do-mar
Desde o verão passado que uma doença misteriosa está a matar as estrelas-do-mar do Pacífico, e vários locais da costa oeste da América do Norte estão a tornar-se cemitérios destes animais, que dão à costa desmembrados e acabam por morrer, ficando os seus cadáveres amontoados em vários pontos da faixa costeira.
Até agora os cientistas ainda não tinham conseguido identificar o agente causador da morte destes animais marinhos, que começam por desenvolver lesões que mais tarde infectam e levam à perda dos braços. Pouco tempo depois, as estrelas-do-mar entram em necrose, começam a desintegrar-se a acabam por morrer.
“É o maior evento de mortalidade provocado por doenças marinhas que já vi”, afirma Drew Harvell, epidemiologista marinha da Universidade de Cornell, cita o Kuow. “Está a afectar mais de 20 espécies em toda a costa e a causar uma mortalidade catastrófica”. A doença que afecta as estrelas-do-mar já é conhecida como “sea star wasting syndrome”, devido à rapidez com que as estrelas do mar adoecem e se deterioram.
Há meses que os cientistas estão a investigar o que está a causar as mortes massivas e, agora, Harvell e outros investigadores acreditam e têm provas de que a doença é causada por um agente infeccioso, talvez uma bactéria ou vírus. No entanto, os cientistas acreditam que a propagação da doença é facilitada em águas mais quentes, que coloca as estrelas-do-mar sob stress, tornando-as mais vulneráveis ao agente patogénico.
Outra as suspeitas dos cientistas é de que o agente se propaga através da água e do contacto físico entre as estrelas-do-mar. Uma outra hipótese é de o agente se esteja a concentrar no marisco e nos mexilhões que as estrelas-do-mar gostam de comer.
Com antevisões de um ano mais quente pela frente, resultado de um El Niño, os cientistas estão preocupados de que a situação se torne pior para estes animais marinhos.
Na Universidade de Cornell, os investigadores continuam a trabalhar para diminuir a lista de agentes patogénicos suspeitos através da sequenciação de ADN extraído de estrela-do-mar doentes. Quando o agente for identificado e mais se saiba acerca do modo de propagação da doença será possível saber com mais precisão como é que as populações destes animais marinhos vão recuperar.