“Como me tornei num tratador de pandas”



Quando Tian Tian, a panda gigante do Jardim Zoológico de Edimburgo, teve as suas crias, Michael Livingstone arranjou um emprego a tempo inteiro. Como tratador dos carnívoros e dos pandas gigantes, Livingstone fez parte de um pequeno grupo de cinco pessoas que monitorizaram de perto o comportamento dos pandas.

“Observámo-los durante sete semanas, 24 horas por dia. Foi muito trabalhoso. Quando se está na estação de procriação e se tem de monitorizar o nascimento da cria, tudo o resto fica em espera. Só se pensa no nascimento – não se tem grande vida para além dos pandas. Mesmo fora do trabalho, a família e os amigos estão sempre a perguntar como estão os animais”, conta Livingstone, citado pelo Guardian.

Este tratador de animais de 25 anos começou a trabalhar no zoo num trabalho de verão, enquanto estava a estudar biologia animal na Universidade de Edimburgo. Depois do trabalho de verão, Livingstone manteve o seu posto aos fins-de-semana. “Tive muita sorte. Inicialmente, o trabalho era para ser de apenas três meses e depois passou a ser aos fins-de-semana. Estava em part-time até aos pandas chegarem. Então passei a trabalhar a tempo inteiro – não necessariamente com os pandas, mas foi o que aconteceu”, explica.

Os pandas continuaram a ser uma das suas principais responsabilidades, mas há muitos outros animais aos cuidados de Livingstone. “Trabalho muito com os pandas, mas também cuido dos ursos, tigres, jaguares, leopardos e outros carnívoros. Não trabalhamos com todos os animais todos os dias. O trabalho é feito numa escala rotativa”, afirma o tratador.

O dia deste tratador começa, normalmente, quando pega nas chaves das jaulas e no rádio e começa a ronda pelos animais. “Vê-se se está tudo bem com os animais e alimentamo-los, se eles comerem de manhã. Depois limpam-se as jaulas, o que ocupa grande parte da manhã. Durante a tarde verifica-se os animais novamente, distribuem-se as refeições e trancam-se as jaulas”.

Os tratadores são também responsáveis por trabalhar o desenvolvimento dos animais. “Tentamos fazer isso com muitos animais, especialmente na secção dos carnívoros. É importante mantê-los activos e encorajar o seu comportamento natural”, explica Livingstone.

Trabalhar num zoo é uma tarefa árdua e não é um trabalho das nove às cinco. “Tenho feito muitas horas extraordinárias, que não são necessariamente pagas. Muitas coisas acontecem fora do horário de trabalho e estamos lá quando é preciso estar – no último ano trabalhei no dia de Natal. Mas, geralmente, as pessoas fazem o trabalho extra de bom grado. São os nossos animais e temos de olhar por eles, criam-se laços e quer-se o melhor para eles”, diz o tratador. “Conseguir as primeiras férias é difícil. É uma área competitiva”, afirma o escocês. “Há muita gente que quer trabalhar num zoo ou perto dos animais, mas não há muitas vagas disponíveis”.

Foto:  Viktor_U_Cat / Creative Commons





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