Da City londrina para a lavandaria dos pais. A história de quem está farto da cidade.



Em 2050, 75% da população mundial viverá em cidades e as actuais zonas metropolitanas formarão extensos núcleos populacionais, as chamadas megacidades.

Curiosamente, há cada vez mais casos de cidadãos urbanos que procuram uma outra vida – mais calma, mais saudável – nas zonas rurais ou cidades menos populosas.

É essa a história que lhe contamos nas próximas linhas. De 1995 a 2005, Mark Woolfenden trabalhou na City londrina, desenvolvendo estratégias de lobbying e comunicação para empresas como a Citigate Dewe Rogerson e chegando a director da consultora de Relações Públicas (PR) financeira Smithfield.

Dez anos depois de chegar ao exigente centro financeiro londrino, porém, o executivo regressou à casa dos pais – não literalmente -, no País de Gales, para gerir a sucessão do negócio da família: a cadeia de lavandarias Afonwen.

Aos 31 anos e no pico da sua carreira, Mark disse à esposa, então uma analista sénior no banco ABN Amro, que iria voltar para casa, deixando todos, incluindo os colegas, de boca aberta. “A maioria dos meus amigos de Londres pensam que estou, pessoalmente, a carregar todas as toalhas para as máquinas de lavar”, gracejou Woolfenden ao Financial Times.

A Afonwen trabalha com vários hotéis no Reino Unido – cadeias britânicas e internacionais – tendo quatro centros de actividade, em Cardiff, Leeds, Londres e Norte de Gales.

O regresso a casa levou à construção de uma fábrica em Cardiff, no sul de Gales, um projecto que contou com o apoio do próprio governo regional e que criou dezenas de empregos. Hoje, a empresa emprega 440 pessoas e gere 1,8 milhões de peças de linho por semana.

Em 2005, Mark chegou à Afonwen como director de vendas. Desde então, as vendas cresceram dez vezes e a facturação é hoje de €22,4 milhões (R$57,9 milhões). A empresa é também uma das que mais cresce no País de Gales.

O seu pai, porém, continua a liderar o negócio. “Tal como todos os bons pais de família de negócios, ele continua a passear pela fábrica, apontando para áreas que precisam de ser melhoradas – e, normalmente, tem razão”, concluiu o gestor.

Ao Financial Times, Mark disse que parte da sua decisão esteve relacionada com a procura por uma vida mais saudável e por um lugar onde os filhos – já tem dois – possam viver em tranquilidade. Na verdade, um desejo comum a tantas e tantas famílias por esse mundo fora.

É certo que nem todos os citadinos têm a possibilidade de serem herdeiros de um negócio, mas se está interessado em trocar a cidade pelo campo leia esta entrevista. Os Novos Povoadores poderão ajudá-lo.





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