El Niño será um desastre para recifes de corais



O El Niño, já por si, é um evento que preocupa uma grande franja da comunidade por ele afectado, da Améria do Sul à Ásia. Agora, numa altura ele que ele está de regresso, há outra comunidade que prevê efeitos devastadores para a área que estuda, a biologia marinha.

De acordo com cientistas que estão a analisar o fenómeno, um grande evento do El Niño pode impactar negativamente os recifes de corais em todo o mundo. O último grande fenómeno, que durou entre 1997 e 1998, causou o pior branqueamento de corais da história. No total, 16% destes ficaram destruídos – no caso das Maldivas, a percentagem atingiu uns impensáveis 90%.

Segundo o Bureau Australiano de Meteorologia, existe ume hipótese de ocorrência do fenómeno este ano, e os sinais não são positivos. Ele poderá ser pior que o de 1998, o que significará um problema para a indústria e agricultura global, mas também para o chamado Triângulo de Coral, uma bio-região no sudeste da Ásia que abriga mais espécies marinha que qualquer outro lugar do Planeta.

“Em 1998, o Triângulo de Coral começou a branquear em Maio, e isto aconteceu até Setembro,” explicou esta sexta-feira Ove Hoeg Guldberg, biólogo marinho do Instituto de Mudança Global da Universidade de Queensland. “A região tem períodos prolongados de anomalia de temperatura durante o El Niño porque o equador passa pelo meio dela, e portanto a área experimenta tanto o Verão do hemisfério Norte quanto do Sul.”

Guldberg, que lidera o capítulo sobre oceanos do relatório do Painel Intergovernamental da Ciência do Clima (IPCC), afirma que é necessário apenas meio grau a mais de temperatura no mar para que haja branqueamento dos corais.

Os corais são animais que se comportam como plantas, mantendo uma relação simbiótica com os dinoflagelados, um tipo de micróbio que vive dentro de seus tecidos, onde fazem fotossíntese e passam açúcar para seu hospedeiro.

Mas quanto as temperaturas sobem, os dinoflagelados param de produzir açúcar e, em vez disso, produzem perigosos radicais livres. Os corais expelem-nos, param de produzir sua cobertura de carbonato de cálcio e ficam brancos, explica  o Climate Central.

Veja uma galeria de algas e corais recentemente descobertos no noroeste do Havai.

Foto:  Derek Keats / Creative Commons

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