Empresa diz que cortes de árvores que fez na Serra da Lousã são legais



A empresa autora dos cortes rasos de árvores na Serra da Lousã que foram criticados nas últimas semanas afirma que todo o procedimento é legal, recusando que tenha sido violada qualquer regra.

A Câmara da Lousã já apresentou queixa-crime no Ministério Público contra a Álvaro Matos Bandeira & Filhos, empresa sediada em Góis, por considerar que procedeu ao corte ilegal de árvores municipais na aldeia da Silveira, em plena Serra da Lousã, numa zona da Rede Natura 2000.

Posteriormente, sete associações ambientalistas criticaram os cortes rasos de árvores feitos naquela zona, considerando que os mesmos são “reveladores de problemas crónicos de conservação da natureza” no país.

Questionado pela agência Lusa, um dos sócios-gerentes da empresa, António Bandeira, explicou que a empresa não procedeu a qualquer ilegalidade durante a operação naquela zona da Serra da Lousã.

O corte começou no início do mês de outubro e estava previsto a empresa cortar “entre 24 e 25 hectares” de um terreno com eucaliptos, pinheiros e mimosas, explicou, tendo optado por suspender a operação “há quase duas semanas”, por iniciativa da empresa.

No entanto, o corte está agora efetivamente suspenso, depois de a empresa ter sido alvo de uma providência cautelar, que irá contestar, disse à Lusa António Bandeira, esclarecendo que, só após a resolução dessa mesma providência, será possível continuar a operação.

Segundo António Bandeira, a madeira que foi cortada “foi adquirida a uma outra empresa, que, por sua vez, a comprou a particulares, que tinham o terreno”, salientando que tem em sua posse o contrato e a fatura de tais transações.

Quanto ao terreno municipal, o sócio-gerente da empresa explicou que não foi feito qualquer corte de árvores da autarquia, salientando que, quando foi sobreposta a área de corte com a área que o município alegava ser deles, constatou-se que a empresa não tinha cortado “uma única árvore no terreno deles”.

Já sobre o corte em terreno de outro proprietário, António Bandeira explicou que os direitos de corte de madeira foram vendidos, antes de a propriedade ter mudado de dono.

“São negócios separados, havendo documentos a comprovar a compra da madeira. Podem dizer que estamos a cortar dentro da área delas, mas a madeira já tinha sido vendida antes de chegarem e comprarem a propriedade”, referiu.

Para o responsável, a empresa, com 26 anos de atividade, está “a fazer tudo de forma legal”.





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