EUA: luzes das torres de comunicação vão passar a ser intermitentes para salvar pássaros
Na semana passada, a Federal Aviation Administration (FAA) norte-americana, que gere a aviação civil naquele país, começou a implementar uma nova legislação que obriga a mudar as luzes que avisam os pilotos de torres de televisão, rádio ou telecomunicações próximas. Até agora, estas luzes eram de um vermelho permanente – a partir da nova legislação, elas têm, obrigatoriamente, de ser intermitentes.
Segundo o CityLab, esta mudança tem como pano de fundo a preservação de milhões de vidas de pássaros. De acordo com investigadores de vida animal, cerca de sete milhões de pássaros perdem a vida, por ano, ao bater contra estas luzes. Curiosamente, eles não se sentem atraídos pelas luzes intermitentes – e os cientistas ainda não descobriram porquê – pelo que a mudança irá salvar-lhes a vida.
Há muito que as associações ligadas à vida selvagem e conservação pedem esta mudança – desde o início dos anos 90 que a American Bird Conservancy que, entre Estados Unidos e Canadá, mais de 6,8 milhões de pássaros colidem anualmente contra estas torres.
Em 2005, uma investigação federal liderada por Joelle Gehring, então conservacionista na Central Michigan University, observou as torres de comunicação de Michigan durante o pico da migração das aves e sugeriu que as mortes acidentais destes animais decresceriam entre 50 e 71% ao remover as luzes vermelhas permanentes. Sob pressão das associações ambientalistas, a FAA conduziu a sua própria investigação, que ditou os mesmos resultados: os pássaros sentem-se atraídos por estas luzes.
Em Dezembro de 2015, a FAA enviou instruções para que todas as torres de comunicações alterassem o padrão de iluminação, uma mudança que terá de ficar concluída até Setembro de 2016. Segundo o grupo conservacionista Audubon, 13 espécies ameaçadas vão melhorar a sua condição, este ano, com as implementações já executadas, reduzindo a mortalidade em 2%.
Foto: Ingrid Taylar / Creative Commons