Filipinas: basta uma garrafa de plástico para iluminar os bairros de lata de Manila



Com uma simples garrafa de plástico cheia de água e colocada no tecto da casa, mais de um milhão de habitantes dos bairros de lata de Manila, nas Filipinas, têm finalmente acesso a electricidade. Ou algo parecido.

O projecto, financiado pelo empresário filipino Illac Diaz e que se baseia na invenção do mecânico brasileiro Alfredo Moser, foi iniciado há um ano na capital daquele País. E com excelentes resultados.

Para terem acesso a luz natural nas suas casas, os habitantes dos bairros de lata de Manila têm apenas de utilizar uma garrafa de refrigerante usada, de um ou dois litros, enchê-la de água e juntar lixívia, para prevenir a formação de bactérias e garantir a pureza e transparência do líquido.

Depois, basta furar o texto de zinco ou estanho das barracas para fixar esta iluminação low cost no seu lugar.

Segundo explica hoje o Diário de Notícias, que cita a AFP, esta inovação baseia-se no princípio elementar da refracção da luz: expostas ao sol, as garrafas produzem uma intensidade luminosa equivalente a uma lâmpada de 55 watts.

“É uma revolução popular que utiliza uma tecnologia simples e barata”, explicou Illac Diaz. Não será de admirar, assim, que o “litro de luz” chegue a outros locais onde a electricidade, por qualquer razão, não esteja disponível.

Por outro lado, para quem tenha acesso a electricidade, o “litro de luz” permite poupar na factura mensal. Como admitiu à AFP Monico Albao, que instalou cinco garrafas na sua casa de Manila e está a consumir metade da electricidade por mês, o que lhe permite, por exemplo, investir mais na alimentação dos seus filhos e netos.

Cada garrafa permite economizar 17 kgs de CO2 por ano, segundo Diaz, que esteve presente na última Cimeira do Clima, em Durban, na África do Sul. Já foram colocadas 15 mil garrafas nos bairros de lata da periferia de Manila, e outras 10 mil estão a caminho. A ideia vai chegar também a Cebu, a segunda cidade do País, África do Sul, Vietname, Nepal, México, Colômbia e à pequena ilha de Vanuatu.





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