Oito milhões de toneladas de lixo despejados no mar diariamente



Estima-se que 8 milhões de toneladas de lixo por dia chegam aos oceanos por acção do Homem. 80% da poluição marinha tem origem em terra, com consequências desastrosas na biodiversidade marinha. No Dia Nacional do Mar, a Quercus destaca os dez principais problemas a afectar os nossos oceanos:  

1- Sobreexploração da pesca

Estudos indicam que há uma considerável redução nas populações de algumas espécies de peixes. Como exemplo, a sobrepesca do bacalhau nas águas do Canadá quase levou à extinção deste peixe e a pesca da sardinha em Portugal que tem recomendações de organismo científico internacional para que termine totalmente já este ano.

2- Captura excessiva de espécies com ciclos de vida longos, tais como alguns tubarões e atuns

Algumas destas espécies são utilizadas para culinária de luxo ou com fins de terapias alternativas para tratamentos de saúde (exemplo, a barbatana de alguns tubarões é muito apreciada na Ásia). As espécies no topo das cadeias alimentares têm, normalmente um ciclo de vida mais longo, com reprodução mais espaçada, logo menos resistente à recuperação das espécies.

3- Aquacultura não sustentável

A aquicultura intensiva no mar promove a proliferação de agentes poluentes nas águas marinhas. A produção de peixes e bivalves implica a utilização de antibióticos e outros produtos químicos, alguns deles tóxicos para o ecossistema. Esta situação é facilmente visível nas águas da Ásia devido à produção intensiva de amêijoa vietnamita.

4- Lixo

A quantidade de lixos deixados nas praias ou atirados para as linhas de águas terrestres, tais como rios e ribeiras, têm como destino final o oceano. A situação é mais grave quando se tratam de resíduos não biodegradáveis, tais como os plásticos, que se vão fragmentando em partículas mais pequenas, os micro-plásticos, e que são confundidos com alimento por muitas espécies marinhas. Os microplásticos presentes em produtos de higiene e de limpezas domésticas e industriais também terão os mesmos destinos. As ilhas de lixo de plástico são já uma realidade em algumas zonas dos oceanos.

5- Aquecimento das águas

O aumento da temperatura dos mares causa imensas alterações nos ecossistemas marinhos, com consequências gravosas e letais para muitas espécies. É também responsável por alteração de rotas migratórias provocando desequilíbrios nas cadeias alimentares.

6- Poluição

Muitos fertilizantes e pesticidas utilizados sistematicamente na agricultura acabam por ir parar ao oceano. Alguns desses produtos provocam alterações irreversíveis e fatais para as espécies (por exemplo, afectam no processo de reprodução). Além disso, se ingeridos pelo ser humano, podem trazer problemas de saúde ao mesmo.

7- Concentrações elevadas de mercúrio

O mercúrio em excesso causa doenças graves nos seres vivos e no Homem. É um poluente que se acumula na cadeia alimentar (bioacumulação) e chega ao Homem através da ingestão de peixes, e que em excesso pode causar graves doenças. Daí o consumo de determinados peixes dever ser regrado, como o peixe-espada preto, o atum, entre outros.

8- Destruição de habitats

Existem habitats muito importantes como local de abrigo para a reprodução, por exemplo as pradarias marinhas e as florestas marinhas, que estão a ser destruídas por várias causas, entre as quais a utilização de artes de pescas agressivas como a pesca de arrasto.

9- Obras de engenharia e extracção de petróleo

Todas as alterações do meio marinho provocadas por construções, perfurações em profundidade, e tantas outras (incluindo a poluição sonora) causam, alterações no habitat, provocam perturbações várias e produzem poluentes. Estes factores contribuem para a destruição do habitat e comprometem a sobrevivência das espécies marinhas.

10- Acidificação dos Oceanos e corais

Algumas das mudanças verificadas com as alterações climáticas ao nível dos oceanos implicam alterações do Ph, devido ao aumento da concentração de CO2 na atmosfera. Esta situação é bem notória nas zonas tropicais, onde os ecossistemas marinhos são extremamente sensíveis e ricos em biodiversidade, e cujos habitats estão a sofrer alterações que se podem revelar irreversíveis, nomeadamente do caso dos recifes de corais.

Foto: Fernando José Fernández Rouco / flickr 





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