Programa europeu financia conservação de ecossistemas marinhos em Cabo Verde



O Programa europeu Biodiversa+ está a financiar com um milhão de euros um projeto de conservação dos ecossistemas marinhos na ilha cabo-verdiana de Santo Antão, liderado pela Universidade de Aveiro.

O projeto de Conservação dos Ecossistemas Marinhos (COST), que já está a ser implementado, foi lançado oficialmente na abertura de um seminário sobre alterações climáticas e gestão dos recursos naturais que está a decorrer na cidade do Porto Novo, promovido pela Associação para a Defesa do Património (ADP) de Mértola, que é uma das parceiras.

A apresentação foi feita por Teresa Amaro, investigadora da Universidade de Aveiro, que vai liderar o projeto, que indicou que durante os três anos de duração, vão ser implementadas várias ações de gestão ambiental, com base em conhecimentos científicos.

“Santo Antão não é só agricultura, mas é também mar, e o mar é muito importante”, frisou a investigadora, indicando que o objetivo é fazer o mapeamento de toda a ilha e depois disponibilizar os resultados a todas as partes interessadas.

Por agora, disse, o projeto vai ser implementado apenas em Santo Antão, mas o objetivo é chegar a todas as outras ilhas do arquipélago, para melhorar conhecimentos, recolha de dados, numa colaboração com pescadores, associações, universidades e especialistas locais.

O projeto pretende mapear os “habitats” costeiros na ilha de Santo Antão, criando recomendações para planos de gestão, visando a redução ou mitigação dos impactos.

Pretende também realizar atividades de divulgação e capacitação para a conservação destes recursos, bem como avaliar as vulnerabilidades das comunidades marinhas da ilha e assim criar ações de conservação, restauro de ecossistemas, aumentar a resiliência e reduzir as disparidades.

“O projeto COAST espera melhorar o conhecimento atual sobre os habitats marinhos da ilha de Santo Antão e fornecer recomendações de gestão eficientes para o seu desenvolvimento sustentável, juntamente com planos de mitigação dos efeitos das mudanças globais, em linha com as necessidades das partes interessadas e das comunidades locais”, lê-se na página oficial da iniciativa.

Para atingir estes objetivos, indica que serão realizados estudos científicos especializados, de forma a recolher dados dos ecossistemas marinhos ao redor da ilha, em áreas de interesse selecionadas, e utilizando “tecnologia de ponta”.

O projeto está a cargo da Universidade de Aveiro e conta com a participação de uma dezena de parceiros de quatro países europeus, nomeadamente Portugal, Espanha, França, Alemanha, e pretende desenvolver oportunidades para a economia azul local.

O Programa Biodiversa+, uma parceria europeia para a biodiversidade que apoia a “investigação de excelência” sobre biodiversidade com impacto para a sociedade e para as políticas públicas.

Santo Antão, uma das nove ilhas habitadas de Cabo Verde, é a segunda maior e m superfície e mais a norte do arquipélago, com uma área de 779 quilómetros quadrados e cerca de 47 mil habitantes, sendo a terceira em número de população.





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