Com 24 milhões de pessoas, a cidade mais populosa de África pode deixar em breve de ser habitável
O crescimento desordenado, aumento do nível do mar, enchentes e alterações climáticas podem retirar Lagos, na Nigéria, do mapa.
A cidade com mais habitantes de África, Lagos, conta com cerca de 24 milhões de pessoas, mas segundo projeções científicas em breve poderá ser inabitável.
Os habitantes da Nigéria estão habituados a enchentes anuais, que assolam a cidade costeira entre março e novembro, contudo, em julho, Lagos sofreu uma das piores enchentes dos últimos anos. Foram dezenas de veículos inundados, campos destruídos e prejuízos incalculáveis.
O problema das enchentes é agravado por “sistemas de drenagem inadequados e mal mantidos, assim como crescimento urbano descontrolado”, indica um estudo do Instituto de Estudos de Desenvolvimento. A agência hidrológica da Nigéria (NIHSA), previu inundações mais catastróficas em setembro, geralmente o pico da estação chuvosa.
O grupo de investigação Climate Central desenvolveu um estudo onde indica que muitas cidades costeiras do globo terrestre podem estar submersas antes do fim do século, e Lagos não é exceção. O degelo e aumento do nível do mar, provocados pelo aquecimento do planeta são algumas das causas que se transformarão neste cenário desolador.
Segundo o estudo, cerca de 200 milhões de pessoas ficarão desalojadas caso este cenário se confirme.
À CNN, o ambientalista nigeriano Seyifunmi Adebote afirmou, que para Lagos se manter à tona e fazer face às enchentes e à elevação do nível do mar, deve adaptar-se às alterações climáticas.
“Precisamos olhar para as nossas infraestruturas – sistemas de drenagem, instalações de gestão de resíduos, estruturas habitacionais… Quão resilientes e adaptáveis são estas infraestruturas face às pressões ambientais e quando colocadas lado a lado com a nossa população em crescimento?”, questionou o ambientalista.
Também o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, expressou a disposição do país em fazer parceria com aliados globais no combate à crise climática. “Esperamos trabalhar com o presidente [dos Estados unidos] Biden e a vice-presidente [Kamala] Harris. Temos grande esperança e otimismo para o fortalecimento das relações cordiais existentes, trabalhando juntos para combater o terrorismo global, as alterações climáticas, a pobreza e melhorar os laços económicos e comerciais”, escreveu Buhari no Twitter no início do ano.