E se a felicidade incluísse emoções negativas?



Vivem-se tempos em que se sobrevalorizam emoções positivas como alegria, amor, empatia ou compaixão e se definem emoções como a raiva ou a frustração como algo a evitar a todo o custo, mas não é bem assim.

A realidade mostra que quanto mais se contabiliza a felicidade pelo número de emoções positivas sentidas, menos felizes as pessoas se sentem. Veja-se o caso das sociedades ocidentais obcecadas pelo prazer e pela alegria e no entanto com índices de casos de depressão tão elevados.

A Dra. Maya Tamir, uma investigadora na área da psicologia, publicou recentemente na revista da American Psychological Association o resultado de uma investigação que procurou encontrar uma explicação para este fenómeno. De entre as várias conclusões, destaca-se o facto de que ao contrário do que até então se julgava, não existem propriamente emoções positivas ou negativas mas antes as emoções certas para cada contexto da vida. Por exemplo, uma mulher vítima de um casamento violento, inconscientemente gostaria de sentir mais raiva pelo marido. Isso dar-lhe-ia força para sair de casa e afastar-se daquela situação, o que lhe proporcionaria uma vida mais feliz. Possivelmente, por não se permitir sentir raiva, vive um conflito interno que lhe causa ainda mais angústia.

A grande conclusão é que a humanidade, ao desvalorizar as emoções ditas negativas, está a desenvolver expectativas pouco reais sobre o que é verdadeiramente ser feliz. “A felicidade é muito mais do que apenas sentir prazer e evitar a dor. A felicidade é o enquadramento de todas as experiências significativas dos nossos dias, o que implica a experiência das emoção adequadas a cada uma delas, boas ou más.” conclui a Dra. Maya Tamir.





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