Esquilos perdem até metade do peso durante a hibernação



Quem observa esquilos com regularidade sabe que os pequenos animais são diabólicos – no bom sentido da palavra: saltam freneticamente de árvore para árvore, emitem guinchos excitados e agem como se tivessem assaltado uma fábrica de nozes, escondendo os despojos do roubo.

Porém, metade da vida dos esquilos passa-se de forma bastante tranquila. Durante este período de descanso é teoricamente possível manusear os animais porque, na verdade, eles não estão a dormir mas sim a hibernar.

Durante este estado de hibernação, os esquilos diminuem a temperatura corporal para cerca de 30ºC. Um esquilo em hibernação não faz nada, mas ao longo deste longo e profundo sono o metabolismo destes animais consegue consumir bastante gordura. Quando acordam, podem ter menos 50% de peso.

Contudo, os esquilos que entram neste estado profundo de inactividade não são os conhecidos esquilos que habitam os parques de cidades como Nova Iorque e são populares entre os turistas. Os esquilos das árvores não hibernam: passam os invernos a roubar nozes uns aos outros, armazenando-as ao longo do verão. Estes esquilos que hibernam podem ser encontrados no centro e oeste dos Estados Unidos e também nas regiões do norte. Normalmente, quando não estão a explorar o mundo, estes animais vivem em buracos de sítios pouco frequentados.

Os esquilos das regiões do norte podem hibernar até seis meses, com pequenos momentos muito esporádicos de actividade para comer uma noz, a seguir aos quais voltam a entrar num coma virtual.

Os cientistas ainda não perceberam muito bem, em termos evolutivos, porque é que estes esquilos hibernam, refere a Atlantic Cities. Talvez os seus corpos estejam à espera de períodos de frio extremo ou seja uma forma de armazenarem água, já que a maioria da hidratação destes animais provém das nozes e plantas que ingerem e não existem durante o inverno.

O que é conhecido pela comunidade científica é que durante a hibernação os esquilos passam por transformações extraordinárias. “O ritmo cardíaco dos esquilos diminui para uma ou duas batidas por minuto durante a hibernação e é completamente arrítmico. Se os humanos conseguissem fazer isto, morreriam”, indica Hilaty Srere, especialista nestes animais.

Durante investigações que efectuou nos anos 1990, esta cientista descobriu que os esquilos conseguem sobreviver a este período de letargia extrema ao reprogramarem os seus genes. Um esquilo em hibernação produz uma determinada proteína em maior quantidade, que por sua vez impede o sangue de coagular e matar o animal.

Foto:  david.nikonvscanon / Creative Commons





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