Falta de confiança na indústria aviária trava mega-acordo comercial entre EUA e Europa
O sistema industrial agrícola está a atrasar as negociações de um dos maiores acordos comerciais de sempre entre Estados Unidos e Europa, que entra agora na sua sétima ronda, em Washington, capital norte-americana.
Denominado TTIP, na versão americana – Acordo Transatlântico e Parceria de Investimento, traduzindo à letra para português –, o programa está em stand by porque os europeus já fizeram questão de dizer que não aceitam comer frangos produzidos industrialmente, nos Estados Unidos, devido ao banho de cloro anti-microbiano que é dado às aves antes destas irem para as prateleiras dos supermercados.
Este processo foi banido da Europa nos anos 90, por receio que provoque cancro, pelo que muitos europeus estão preocupados com os efeitos da comida norte-americana na saúde dos seus cidadãos – e não estão dispostos a baixar os standards de segurança alimentar. Isto apesar de cerca de 120 países de todo o mundo aceitarem este processo. Mas não a Europa.
“Na Europa existe um nojo pelo frango [que leva banhos de cloro]”, explicou ao NPR Mute Schimpf, activista gastronómico da Friends of the Earth Europa, um grupo ambiental.
O acordo criará a maior zona de comércio livre do mundo, em temas que vão da banca à agricultura. Mas as negociações pararam numa micro questão que, como se vê, retrata bem os standards de segurança alimentar dos dois continentes.
As negociações têm sido secretas, mas todos os acordos precisam de passar no Parlamento Eueropeu.
Foto: Steve Jurvetson / Creative Commons