Green Project Awards: a noite do Limpar Portugal



Município de Óbidos, a Industrial Farense e o projecto Limpar Portugal foram as estrelas do final de tarde de ontem, na Culturgest, Lisboa, e os grandes vencedores da terceira edição dos Green Project Awards.

Os três projectos foram recebidos de forma diferente pelo auditório da Culturgest. O Município de Óbidos, com o projecto Óbidos Solar, foi uma agradável surpresa. Porque foi escolhido na categoria com mais nomeações – sete – e porque concorria contra uma das revelações do ano, o projecto Camisola Amarela.

O último prémio da noite foi para a Industrial Farense, com o projecto Valoralfa. Este foi o prémio que mais curiosidade provocou. Aliás, no final da entrega de prémios, era ver os responsáveis pelo Valoralfa – Industrial Farense, LNEG e Chorondo&Filhos – a satisfazerem curiosidades dos jornalistas e outros presentes na cerimónia sobre os benefícios do projecto.

Deixamos para o fim o maior aplauso da noite – e o projecto que, de resto, mais consenso reuniu na nossa transmissão em directo da Culturgest: o Limpar Portugal.

A coordenação nacional do projecto, que venceu na categoria de Campanha de Comunicação, fez questão de oferecer o galardão aos 100 mil portugueses que no dia 20 de Março limparam parte da floresta portuguesa.

O projecto, recorde-se, mobilizou inclusive o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e a Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dulce Pássaro – que, aliás, estava também ontem presente no GPA.

De Julho de 2009 a Março de 2010, a coordenação nacional do Limpar Portugal conseguiu mobilizar 1% da população portuguesa, sendo que a maior parte dos participantes foram mobilizados online. A plataforma www.3rdblock.net, há que dizer, também ajudou.

Dos oradores de final de tarde, ficaram algumas ideias interessantes sobre o fenómenos da sustentabilidade e o futuro do GPA. De Paulo Teixeira Pinto, um dos mais aplaudidos do evento, a certeza de que falar em desenvolvimento sustentável “é um pleonasmo”.

“O desenvolvimento ou é sustentável ou não é. Não há escolha, é um imperativo vital. A escolha existe quando há duas alternativas”, atirou o presidente da Babel e consultora da Abreu Advogados.

Antes, já José Manuel Costa, presidente da GCI e um dos organizadores dos Green Project Awards, juntamente com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Quercus, tinha trazido uma vertente de inovação social para o projecto.

“Nos últimos três anos a realidade mudou e hoje a palavra sustentabilidade tem um novo sentido. Hoje, um em cada cinco portugueses estão no limiar do pobreza e a sociedade civil tem um papel muito importante para mudar esta situação”, revelou.

Mário Grácio, director-geral da APA, avançou o seu regozijo pelo facto do GPA estar a caminho do Brasil, e Susana Fonseca, presidente da Quercus, disse que “muitas das soluções que temos timo até hoje não têm resultado muito bem”.

“Em termos civilizacionais, ainda não conseguimos atingir o nível que nos era exigido, sobretudo com toda a informação que temos hoje”, explicou.

Ainda segundo Susana Fonseca, as últimas edições do GPA têm dado cada vez mais importância ao papel do desenvolvimento social e económico – e não apenas a componente ambiental.

“A quarta edição do GPA vai valorizar cada vez mais esta interligação entre projectos de desenvolvimento social, económico e ambiental”, completou, já a fazer a ponte para a edição de 2011 do evento.





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