São Miguel com “valor recorde” de valorização de resíduos seletivos em 2022

A ilha de São Miguel, nos Açores, atingiu em 2022 um “valor recorde” de valorização de resíduos seletivos, com 164,5 quilos por pessoa, registando-se ainda um decréscimo dos resíduos urbanos tratados, foi ontem anunciado.

Em comunicado, a Musami, empresa que gere os resíduos dos seis concelhos da ilha de São Miguel, avança que a valorização de resíduos seletivos em 2022 “atingiu um valor recorde de 164,5 quilos ‘per capita’”.

Por sua vez, a “valorização material foi de 76 quilos” por pessoa, enquanto a valorização orgânica atingiu os 88,5 quilos.

“Verificou-se, ainda, um decréscimo dos resíduos urbanos tratados de 29%, face ao ano anterior, sendo que a recolha indiferenciada diminuiu 6,2%, para os 72,5%, enquanto a recolha seletiva aumentou 1,4% (para os 27,5%)”, lê-se na nota de imprensa.

Citado no comunicado, o presidente da Musami, Ricardo Rodrigues, salienta que o “aumento da valorização significa que a qualidade dos resíduos seletivos melhorou”, defendendo que São Miguel “está cada vez mais empenhado nas boas práticas ambientais”.

“O nosso objetivo é continuar a fazer crescer estes indicadores para cumprir as metas europeias. Nesse sentido, irão entrar em funcionamento dois novos centros de tratamento que permitirão duplicar os valores da valorização material e orgânica. Com uma melhor valorização, iremos selar, a curto prazo, os aterros sanitários”, afirma ainda o também presidente do município de Vila Franca do Campo.

A UE pretende atingir 55% de taxa de reutilização e reciclagem de resíduos urbanos domésticos em 2025, 60% em 2030 e 65% em 2035.

Os Açores aumentaram a taxa de reciclagem de resíduos urbanos em 3,5% em 2021, atingindo 32,3%.

Das nove ilhas do arquipélago, sete já ultrapassam as metas da UE, com taxas entre os 67,2% no Faial e os 77,9% em Santa Maria.

As duas ilhas mais populosas e com maior produção de resíduos continuam abaixo dos 55%, com São Miguel a atingir 26,7% e a Terceira 19,8%.