Sudão impõe condições à Etiópia para aceitar acordo sobre barragem no Nilo Azul



O Governo sudanês disse hoje que aceitará um acordo “provisório e parcial” para o enchimento da controversa barragem da Etiópia no Nilo Azul, exigindo a assinatura dos pactos alcançados previamente e negociações com um prazo específico.

Em conferência de imprensa, o ministro dos Recursos Hídricos sudanês, Yasser Abbas, disse que só se as condições forem cumpridas “o Sudão aceitará um acordo provisório e parcial para encher a barragem” antes de começar a funcionar, um dos pontos mais controversos que tem colocado o Cairo e Cartum contra Adis Abeba durante anos.

O governante disse que o Sudão tomou medidas legais sobre o assunto e que se as condições acordadas não forem cumpridas, o Governo irá apresentar “um processo judicial” contra a Etiópia, algo que já ameaçou fazer antes.

Abbas deixou claro que um conflito armado com a Etiópia não é viável, uma vez que o Sudão “não quer uma solução militar”, mas uma solução legal.

“O Sudão apoia o estabelecimento da barragem na condição de assinar um acordo legal e vinculativo para a operação e enchimento”, afirmou Abbas, que acrescentou que a intenção do seu país é “reforçar” o papel da União Africana (UA) nas negociações, que falharam em várias ocasiões.

Tanto o Sudão como o Egito acreditam que o enchimento da barragem poderia afetar gravemente os níveis de água do Nilo nos seus respetivos territórios.

A Etiópia, por seu lado, considera que a obra, que será a maior barragem hidroelétrica de África quando concluída, é estratégica para o seu desenvolvimento, tanto em termos de irrigação para a sua agricultura, como em termos da sua capacidade de produzir eletricidade.





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